quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Família a partir do Corpo Vivo de Cristo


I Coríntios 12. 27 a 31


1.      A diversidade explícita nos dons e nos servos.
      ·         A diversidade dos dons implica em serviço diferente.
·         Serviço diferente revela servos diferentes.
      ·         O Corpo de Cristo com esta diversidade de dons e servos é onde não há lugar para escravo e senhor, patrão e empregado, local e estrangeiro, mas todos são importantes e merecem respeito e cuidado.
·         Em Filemom lemos como Paulo determinou a Onésimo: “Não como escravo; antes muito acima de escravo, como irmão caríssimo”.

2.      Somos muito diferentes. Ninguém é igual a você.
             ·         Pare de querer que as pessoas sejam iguais a você!
·         Há diferenças generosas entre todas as pessoas por mais que sejam parecidas. O ineditismo de Deus é amplamente aplicado na criação dos seres humanos e nas possibilidades de crescimento e aprendizado.
·         A partir desta premissa a igualdade é uma realidade nos direitos e responsabilidades, mas raramente nas características, especialmente quando há distância de tempo.

              3. Não julgue ninguém a partir de seus conceitos.
         ·         Temos a Bíblia como referencial e ela nos ensina a viver e inclusive a não julgar. Quem julga aos outros a partir de seus valores pessoais, fruto de vivência e influências, quer externar o papel da perfeição, do modelo imaculado, sem faltas ou erros, muito menos pecado.
·           A nossa imperfeição nos impede de exigir perfeição de outros. Esta realidade nos leva a jamais julgar os demais. E isto por dois motivos: 1) Julgar foi condenado por Jesus; 2) Não há em nós perfeição para apontar defeitos alheios. Em geral, as pessoas que julgam os defeitos de outros expõem, sem perceber, os seus próprios.

                  4. Ninguém é igual a ninguém. Ninguém é igual sempre.
                    ·         Mudamos e somos mudados.
·        As transformações resultam dos embates, influências e rupturas da vida. Observe em Gênesis 32 e 33 a linda evidencia de mudança nos irmãos Jacó e Esaú. Apesar dos problemas sofridos no passado, ambos foram mudados e moldados pelo Senhor. Não foi o tempo que os mudou, mas ao longo do tempo eles experimentaram ações de Deus que produziram um dos reencontros mais lindos da história bíblica. Sugiro que você leia o texto.

                 5. As nossas diferenças apontam para a nossa completitude.
    ·         Nossas diferenças revelam que precisamos um do outro e que a vida foi feita para se viver as diferenças.
·         O fato de sermos tão diferentes e termos algumas afinidades é que nos aproxima. Somente somos completos quando desfrutamos do diferente que há no próximo. Na comunhão proposta pela Bíblia há a mistura de dons e talentos que o Senhor deu a cada um dos seus amados. A síntese desta fantástica mistura é a Igreja.

Um abração do pastor,
Rev. Jr. Vargas

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Não sou bom demais para viver o cristianismo ou ruim demais para precisar dele.

Na frase acima estão duas concepções interessantes, contraditórias e equivocadas. Ambas estão presentes na atmosfera religiosa, na qual estamos originalmente mergulhados.
Não ser bom demais para viver o cristianismo tipifica a idéia de exigência de uma espécie de bondade mínima ou maldade máxima para ser recebido por Deus. Esta concepção tem fundamentos na meritocracia humana, que por sua existência invalida a justificação pela graça. Em nossa Confissão de Fé afirmamos que “esta justificação não consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo”. Não há, nos mais santos que sobre terra vivem ou viveram, exceto Jesus Cristo, sombra de perfeição.
Não ser ruim demais para precisar dele reflete a criação ilusória de que exista um grupo que precisa e outro que não precisa de Deus e o critério definidor seria a bondade.  Esta interpretação leva a crer que pessoas boas não precisam desenvolver um relacionamento com Deus por estarem inseridas em um patamar diferenciado dos demais. Ledo engano. O que nos leva à presença de Deus e a alegria de vivermos o cristianismo é a bondade de Cristo e sua obra perfeita na cruz do calvário. A bondade humana não existe por si própria. Ela é um reflexo da bondade de Deus. O Senhor, que é bom, permite que sua bondade seja desfrutada pelos que se consideram ou não bons. Graças a Deus que o critério não é nosso, mas do Senhor.
A síntese de Paulo impressiona: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” – II Coríntios 19 e 21 . O mesmo Paulo escreve a Tito: “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” – Tito 3. 5 a 7.

                Apesar de nós, e somente por meio de Cristo, desfrutamos da indizível alegria do evangelho. Aliás, quanto mais perto da cruz de Cristo mais facilmente percebemos quem somos. Os que se consideram bons demais descobrem o que se encontra escondido nas catacumbas do nosso ser. Os que se consideram ruins deparam-se com a bondade desmedida de Deus. Ambos, embora opostos, sentem-se na mesma situação: amados e envolvidos na bondade extrema, condicional e incomparável de Deus.

Um abração,
Pastor Jr. Vargas






segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Casou no namoro e não namorou no casamento.

Dizem por aí que é muito difícil encontrar um garoto ou garota evangélica que ainda seja virgem. É o que ouço em palestras pelas igrejas. As raras pesquisas apontam uma intensa vida sexual no meio de jovens crentes. Antes de acreditar nesta afirmativa, eu a discuto. Será que isso é verdade? Será que o pessoal está transando mesmo? Quem são estes? São os nascidos no evangelho ou os recém chegados? Vivemos um grande crescimento quantitativo da fé cristã no Brasil. Seriam esses novatos na comunidade que ainda mantém velhas práticas pecaminosas? É possível, mas não tenho como aferir com segurança. Entretanto, ouso insinuar que esta não me parece ser a realidade.
Os novos convertidos, e convertidos mesmo, são convencidos pelo Espírito Santo de seus pecados, os confessam, abandonam e se lançam para uma nova vida. Ora, se preferissem a velha vida, porque teriam abraçado a nova? Eu sei que há uma luta entre carne e espírito. Sei que o próprio Apóstolo Paulo num rompante de sinceridade e franqueza abriu o coração ao dizer que o mal estava sempre diante dele. Que mal tão mal é esse que não resiste nem à fé de Paulo? Para quem está em pé há sempre a chance de cair. Aliás, há muito mais chances para se cair do que para se estar de pé. A física neste ponto nos ajuda a entender o mundo metafísico.
A luta contra o pecado do novo convertido tem um aliado que é também adversário. A experiência, a vivência deu-lhe mostras do prazer encontrado no pecado. Contudo, da mesma forma lhe mostrou o sofrimento advindo dessa prática. Os nascidos na igreja lutam contra um problema maior. Eles lutam contra o desejo, mesmo que não o tenham praticado e contra as fantasias geradas no seu íntimo. Batalham contra a pressão de uma sociedade cada vez mais livre. Sentem-se forçados a fazer. Acham-se impotentes diante de tanta potência. E o pior momento desta crise é quando desejam ser aqueles novos convertidos. Aqueles que vieram do mundo. Não pelo que sentem hoje, mas pelo que puderam fazer antes de entrarem para a igreja. Nasce um ciúme. Gostariam de ter uma chance assim. Fazer tudo de errado e em algum momento conhecerem a Jesus e irem para a igreja. Porque há tantos querendo ser hoje o que outros foram ontem? Estou insinuando explicitamente que a maioria dos que lidam livremente com a questão sexual na juventude evangélica brasileira são crentes nascidos e criados na igreja. Gente que sabe de cor os hinos e cânticos da moda. Gente que decorou os versículos principais. Gente que ora com palavras bonitas e bem usadas. Gente que vive de passado. Gente que perdeu o brilho. Gente sem vida. Gente que aprendeu a lidar com o sublime e este não faz mais diferença. Gente que não sabe respeitar e honrar a autoridade pastoral. Há exceções. Muitas. Milhares e milhares. Eu creio! Mas ainda há muitos achando que mais vale o prazer do momento que o eterno. Alguns que trocam banquetes por manjares, dizendo não a Jesus e sim ao diabo. Quero honrar os que nasceram de novo.  Soldados que lutam bravamente contra si mesmos e o fazem por que encontraram motivações maiores. Não sei se de fato está havendo esta tal vida sexual ativa entre os jovens evangélicos. Pode ser um exagero. Talvez seja um engano e até este texto seja desnecessário. Pode ser que os que nasceram na igreja tenham em algum momento experimentado a conversão em Jesus. Quem sabe tenham até caído em pecado, mas não ficaram lá. Há chances de terem sido derrotados pelo desejo, mas não ficaram prostrados. Quem conhece a Jesus Cristo, há muito ou pouco tempo, sabe que o homem pode cair, mas o levantar pertence ao Senhor. Não há nada que não possa ser controlado, quando estamos com aquele que tem toda autoridade. Estaria a juventude cristã vivendo em promiscuidade? Deixar velhas práticas é tão difícil quanto deixar de querer novas. Há muita gente casando no namoro e não namorando no casamento. Mas este é um assunto para um outro artigo. Até lá e que Deus te abençoe!