quinta-feira, 28 de julho de 2011

Depende

“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”. Romanos 9.16  

                Seria terrível se a minha vida eterna dependesse de mim. Se dependesse do meu querer ou de meu esforço jamais chegaria a alcançá-la. Estaria longe de mim e a distancia aumentaria ainda mais por minha própria causa. Estas não são afirmações que endossam a sonolência espiritual e a frieza na busca de um relacionamento com o Senhor. Nosso crescimento espiritual está na caminhada com Deus. Os discípulos amadureceram durante o período em que estiveram ao lado de Jesus. É inegável que esta mudança para melhor continua acontecendo hoje na vida de muitos irmãos e irmãs. Contudo, a nossa ênfase está na ação de Jesus e sua centralidade na salvação do ser humano.
         I.            A centralidade de Cristo:
a.       O perdido que foi achado.
§  O evangelho de Lucas relata a mudança sofrida por Zaqueu, um famoso corrupto dos tempos de Cristo. O Mestre vai à casa dele e ali vivencia a Sua mensagem. Assim lemos em Lucas 19.9 e 10: “Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. A lógica é simples, porém não simplista. O perdido foi salvo porque foi buscado. Não se fala da busca do perdido, mas a busca ao perdido. 
b.       O perseguidor que foi transformado.
§  A conversão de Paulo é um valioso exemplo da centralidade de Jesus na salvação. Não há nenhum indício de que o então Saulo de Tarso buscasse uma experiência com Jesus. Assim lemos em Atos 9.3 a 5: “Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Observe o encaminhamento dado por Jesus: o perseguido foi ao encontro do perseguidor. Embora Saulo respirasse “ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”, Jesus foi ao encontro dele para usá-lo poderosamente para anunciar a mensagem que ele por tanto tempo combateu: “este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel”.

       II.            A coadjuvação humana:
a.     A decisão humana.
§  Ao assumirmos que a centralidade da salvação está em Jesus também nos cabe assimilar o papel de coadjuvante que está reservado para os seres humanos. A decisão de ser salvo não está no homem ou na mulher. Jesus, ao falar sobre o Espírito Santo, afirma em João 16.8: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Ao sermos convencidos por Ele confessamos Jesus Cristo e passamos a segui-Lo. Em 1 João 4.19 está registrado: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. A revelação de Deus precede a decisão humana.
b.     A resposta humana.
§  Numa inusitada conversa de Jesus e uma mulher samaritana algumas revelações são fantásticas. Lemos em João 4. 6 a 15: “Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta. Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la”. Ao diálogo proposto por Jesus a mulher responde querer a água viva. As mudanças na vida daquela mulher, que o texto mais adiante relata, revelam que ela bebeu da água que foi a ela oferecida. Ela não tinha como recusar por causa da sede que nela já havia. Sabe qual a origem daquela sede? Cristo foi a resposta para as questões daquela mulher.

Um abração,


Rev. JR. Vargas

O MINISTÉRIO DA MATERNIDADE


“E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos”. Gênesis 3.20  



                No Gênesis da vida, Deus criou a mulher e fez dela mãe. A maternidade de Eva precedeu a sua primeira gravidez. Parece uma indicação de que o ser maternal independe do ser mãe. Esta atribuição divina dada à mulher faz parte de sua essência e revela uma nobre e estupenda missão concedida pelo Criador.
               
                Esta é uma das razões da revolta que nos assalta quando descobrimos que uma mãe rejeitou um filho, que o jogou numa lagoa, que o largou numa lata de lixo, que o deixou na porta de uma residência ou que o escondeu num terreno baldio. Agride a concepção geral da mulher e seu perfil maternal saber da violência doméstica contra crianças, que inocentes, ingênuas e indefesas recebem golpes brutais na carne e na alma.

                Mães não agem assim, pensamos. Mães cuidam, zelam, velam, defendem, acolhem, abraçam, protegem. Maria, mãe de Jesus, foi com ele até a cruz. No tempo mais difícil da existência de seu primeiro filho, lá estava ela. Ainda que corresse riscos. Ainda que pudesse ser também presa. Ainda assim, Maria estava junto a Jesus.

                Ana, mãe de Samuel, já era mãe antes da gestação, e ainda seria se jamais tivesse engravidado. O mesmo pode ser dito a respeito de Sara, Rebeca, Raquel e tantas outras mulheres cujos relatos são descritos na Palavra de Deus, que compartilha a respeito de mulheres sábias, servas abençoadas, que mesmo sem gerar filhos, são mães, ao exercerem o ministério da maternidade. 

                Mulheres são maternais desde que nascem. Cedo, ao brincarem com as bonecas, as tratam como filhas. Fica evidente a relação estreita entre mulher e maternidade. O Senhor as criou assim. Nisso reside um propósito lindo de Deus ao dar à mulher uma missão, que embora desgastante, é nobre e honrada. O exercício desse ministério da maternidade recebe de Deus um fortíssimo encorajamento, aliado a uma capacitação singular.

               A mãe de todos os seres humanos nasceu das mãos de Deus. As suas filhas, em todos os tempos, herdaram dela um maravilhoso ministério da maternidade, mesmo que delas não gerem filhos, tantos outros perto estão à espera e na dependência de suas suaves e ternas ações.

Um abração,

Rev. Jr. Vargas

O conceito de “aceitabilidade”.


O conceito de aceitabilidade precisa ser claramente entendido à luz do cristianismo. Enquanto a maioria das pessoas quer ser aceita pelo próximo e, para alcançar este objetivo faz de tudo, o mesmo raciocínio não pode, mas vem sendo aplicado dentro do cristianismo.

Uma pergunta atravessa nossos debates existenciais: O que pensam de mim? A intenção, em algumas ocasiões, está na tentativa de nos moldarmos ao modelo idealizado por alguém para a minha vida. Este processo se fundamenta no desejo de ser aceito, de se tornar aceitável e assim vivenciar o conceito de aceitabilidade. Esta questão se dá em maior ou menor intensidade dependendo da faixa etária ou da estima de um indivíduo. Parece ser normal acontecer em algumas fases da vida, mas jamais a vida toda.

A transição da aceitabilidade social para a espiritual brota da conclusão ilógica que se para ser aceito por alguém necessito fazer algo, também preciso fazer algo para ser aceito por Deus. Esta perspectiva quebra o princípio bíblico de que o Senhor tomou a iniciativa do relacionamento com o ser humano. Para exemplificar, a Carta de Paulo aos Efésios assim registra: “1.3: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 1.4: assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”. No capítulo seguinte lemos: “2.1: Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2.2: nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”. A escolha de Deus acontece antes do ser humano existir e a iniciativa é inteiramente Dele.

O conceito de aceitabilidade aplicado ao cristianismo está fundamentado no esforço humano para ser aceito por Deus. A pergunta que me parece oportuna fazer é: O que posso fazer para ser aceito por Deus? Entendo que não existe ação humana que fará com que Deus nos aceite. Nenhuma obra minha me dará a garantia de que o Senhor, por causa do meu esforço, do meu empenho, me receberá em Sua presença. O cristianismo nos dá a maravilhosa notícia de que somos aceitos. Simplesmente aceitos. O Senhor nos aceitou baseado em Seu amor, não em uma atitude humana.

Você foi aceito por Deus. Não importa o que tenha feito no passado. O amor de Deus nos constrange exatamente por conta de sua generosidade. Apesar de quem somos Ele nos ama. Apesar de nossa história, foi a nós que Deus amou em Jesus. As mudanças em nossa vida não são realizadas para sermos aceitos, mas exatamente por já termos sido aceitos.

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Rev. Jr. Vargas