Hebreus 10.25: “Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto
mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.
Somos cada vez mais um pouco de tudo. Temos pouco
tempo para muitas coisas, desejamos tudo imediata e simultaneamente. Esta
questão nos conduz à superficialidade, inclusive na vida espiritual.
Interessante observar a relação que o Salmo 1 faz sobre uma pessoa que tem seu
prazer no Senhor, no verso 3, lemos: “Ele é como árvore plantada junto a
corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não
murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”. A árvore depende da água para
florescer, o que só acontece quando se cria raízes. Este aprofundamento,
característico de uma raiz, se opõe fortemente à cultura da superficialidade,
que poderia ser definida como ausente de frutos.
Em sua Carta a Filemom, Paulo assim se expressa no verso 10: “... sim,
solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas”. O uso do
verbo gerar revela o sentido de frutificar. Onésimo foi alcançado pelo
evangelho de Cristo através do ministério de Paulo. Este é mais um “filho na
fé”, alguém cuja vida foi transformada por Jesus e Paulo teve o privilégio de
ser o mensageiro da Palavra. Este fruto resulta de uma fé enraizada e
fundamentada nas Escrituras. Este é um processo natural da vida cristã. Uma
pessoa vive o evangelho e prega com palavras e atitudes.
Vamos lembrar que o fruto depende da água e da raiz.
Em conversa com uma mulher da região de Samaria, Jesus afirmou: “... aquele,
porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a
água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” – João 4.14. A água oferecida por Cristo sacia a sede e nos
faz ser uma fonte a jorrar. Sem Jesus há sede e sem água a gente morre. Uma
relação superficial com Deus mantém pessoas sedentas e sem a possibilidade de
frutificar. A ausência de frutos revela que não há raiz.
Em Hebreus 10.25, está escrito:
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. A orientação é
objetiva e direta: estar em comunhão com Deus e com os irmãos é importante no
processo do amadurecimento espiritual. O autor de Hebreus sinaliza que alguns,
sem definir aqui os motivos, deixam de se reunir com os demais. Estes perdem a
ideia de pertencimento, de compartilhar, de dividir, de cooperar uns com os
outros. Ao nos congregarmos somos alimentados espiritualmente, nos unimos na
adoração, clamamos ao Senhor, e, como registra Gálatas 6.2, levamos as cargas uns dos outros e, assim, cumprimos
a lei de Cristo.
A Igreja de Jesus está no
mundo, mas não obedece aos hábitos e costumes deste mundo. Estamos na contramão
do que pode prejudicar a nossa fé. Precisamos lutar pela nossa saúde espiritual
e buscar o fortalecimento na caminhada com Jesus. Ao nos congregarmos na igreja
cumprimos o querer do Senhor Jesus, afinal nos reunimos em Seu nome. A
assiduidade e regularidade nos cultos e o fervor com que lidamos com esse tempo
poderá ser refletido num cristianismo enraizado e cheio de frutos.